quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

MEMÓRIAS DE UMA MULHER - DORA DIMOLITSAS -


Luluz era uma garotinha cheia de vida, alegre, vibrante como toda criança feliz. Morava numa cidade chamada Olinda, em uma casa de madeira, humilde, mas bem construída, feita com muito carinho pelo seu Freitas, o pai. Dona Maria José, a mãe e as irmãs Marí e Luidé completavam a família.
A casa ficava perto de um seringal, na beira de um rio, é verdade sim que isso nunca foi motivo de tristeza para Luluz, ela adorava a vida que tinha ali. Sua alegria era brincar com as galinhas, ficava horas olhando elas ciscarem no terreiro. Corria atrás delas e alimentava os pintinhos com milho. Achava bonitos de se ver, com aquelas penugens de cores variadas.
A vida ali era simples, mas feliz.
Certa vez receberam visitas, pessoas com modos e roupas muito finas, pareciam ricas. Disseram ser pesquisadores de petróleo e queriam conhecer as redondezas. Luluz ficou feliz da vida e convidou para passear uma moça muito bonita do grupo, que lhe despertou a atenção. De mãos dadas com ela, a levou para a mata próxima de casa, onde tinham vários pés de jatobá. Elas pulavam prá lá e prá cá, muito alegres pela mata. Sentaram-se em alguns troncos, brincaram com as folhas e com alguns jatobás caídos. Encantaram-se com o tamanho da árvore, muito alta e com os frutos que despencavam no chão.
Foi um dia maravilhoso, beberam água na cacimba, lá no paiol colheram espigas de milho, pularam várias filas de borracha, feitas da seringueira e retornaram para casa, sorrindo felizes. A moça bonita estava radiante com tantas descobertas e deu de presente para Luluz, um perfume, ela pulou de alegria.
No dia seguinte as visitas foram embora e deixaram sapatos, roupas, e muito alimento, em agradecimento pela hospitalidade.
Tudo transcorria normal naquele pequeno pedaço de chão, onde Luluz era feliz como ninguém, junto a sua família.
Dois anos se passaram.
Um dia Luluz se viu junto com sua mãe e as irmãs em uma frágil canoa, num rio enorme, e por ser pequena demais, sentiu-se desprotegida. A mãe remava e chorava, sem dizer nada. Após quase um dia e meio viajando naquela canoa, sozinhas, finalmente, chegaram a outro seringal. Algumas pessoas vieram recebê-las e as instalaram em um enorme casarão. Passaram-se alguns dias e o pai, seu Freitas, apareceu. Ele veio em um grande barco chamado de batelão. Levou-as para a cidade, onde comprou roupas novas, sapatos e material de uso pessoal. E depois, mais viagem...
Não sabiam as meninas para onde estavam indo. Chegaram num a cidade chamada Manaus e Luluz e suas irmãs foram entregues pelos pais, a umas senhoras vestidas de preto, com um chapéu branco e preto cobrindo-lhes a cabeça. Ela ouviu o Pai chamá-las de irmãs. Eram as freiras do Colégio Sagrado Coração de Jesus. E aquela garotinha feliz, sem preocupações, em tão pouco tempo se viu sozinha, com suas irmãs, em meio a meninas iguais a elas, com problemas semelhantes, mas a quem nunca tinham visto na vida. Luluz ficava espantada com algumas meninas, que eram irritadas, cheias de vontade e caprichos, elas nada tinham a ver com o temperamento dela, acostumada a um modo de vida tranquilo. Dali em diante, se viu frente a frente com uma realidade diferente. Teve que defender-se e também suas irmãs. E para proteção delas Luluz juntou-se a um grupo, e o liderava, como forma de defesa, contra as possíveis agressões. Certo dia Luluz viu uma funcionária do colégio dar uma cotovelada no estômago de uma de suas irmãs, ela não teve dúvidas, passou a mão nas bonecas e em seus brinquedos, chamou Marí e Luidé e foram se esconder atrás da enfermaria do colégio. Elas tinham seis, cinco e quatro anos de idade.
Resolveram fugir dali.
Saíram pelas ruas da cidade sem noção pra onde ir. Graças à memória apurada das crianças, Luluz lembrou que, ao chegar à cidade, o pai as levou, por alguns dias, na casa da tia Georgina, num lugar chamado Bosque. E logo atinou:
- é para lá que vamos!
Com as caixas de brinquedos nas mãos, descalças, lá se foram as crianças ao encontro da tia.
No caminho Luluz pensava:
- em minha irmãzinha ninguém vai bater, não na minha frente! Foram perguntando onde era o local, andaram muito, até que à noite chegaram à casa da Tia Georgina, no tal Bosque.
Para tristeza das crianças a tia não estava em casa, e foram recebidas pelo primo Otávio, que era um homem muito bravo. Ele as colocou de joelhos e deu várias cintadas, dizendo-lhes que erraram ao fugir do colégio. As meninas choraram muito, mesmo assim, pra sorte delas, depois deste dia cansativo, o primo malvado deixou-as dormir ali naquela noite.
Mas, no dia seguinte... lá estavam as freiras para buscá-las. Elas ficaram tristes, mas voltaram para o colégio. Não entendiam porque tinham que ficar ali, longe dos pais e nem o que tinha acontecido, pois eles tinham se separado.
A vida seguia seu curso.
As meninas cresceram e tornaram-se lindas moças, com uma educação primorosa, graças ao colégio das freiras, que era de uma ordem italiana.
Certo dia a Madre Superiora veio até Luluz e disse-lhe:
- Filha, você já completou 15 anos, é hora de sair do colégio. As suas irmãs devem ficar ainda, até completar a sua idade.
Era estrada de novo para Luluz... lá se foi ela novamente, para a casa de amigos do pai.
A Jovem nada sabia do mundo, era alegre, inocente, e cheia da vida. Atraiu logo o interesse do irmão do dono da casa, que a seduziu. Passado o tempo da conquista, ele a abandonou, indo embora, para ele uma garota, ainda menor de idade, poderia representar grandes problemas. Por falta de orientação, Luluz não soube o que fazer, além disso, o homem a proibiu de contar a alguém o que ele tinha feito a ela.
Um dia voltou para casa de seu pai, que morava em Manaus. Pensou estar salva, mas foi que aí coisas se complicaram mais... Seu Freitas tinha mudado de vida e havia se casado com outra mulher e de sua mãe, Maria José, ninguém mais soube nada.
A nova esposa não aceitava Luluz e para confirmar isto, fazia provocações ao marido até que ele tirasse a cinta e surrasse sua filha, até sangrar. Foram três anos de surras diárias, daquelas de tirar a pele.
Ao completar 18 anos Luluz decidiu que era chegada a hora de cuidar de si mesmo. Pegou um avião escondido da família, e fugiu para uma cidadezinha perto de Manaus. Assim iniciou sua verdadeira vida, inscreveu-se em um curso de saúde, fez um acordo com um familiar da cidade, e ficou hospedada na casa dele, pagando-lhe a estadia, conforme o salário que recebia.
Deste familiar Luluz, ainda hoje, lembra com muito carinho e dedica-lhe o maior respeito e consideração. Graças ao seu carinho e amparo, que recebeu em sua casa, conseguiu concluir o seu curso de enfermagem, o que mudou toda a sua vida.
Já formada foi convidada a trabalhar numa cidade perto e ganhando um bom salário. Não lhe faltaram pretendentes para casar, mas ainda não tinha encontrado a pessoa certa.
Após um tempo trabalhando, teve um sonho que lhe mostrou todo o seu futuro. Determinada como sempre, mudou pro Rio de Janeiro, em busca de realizar este sonho. E não é que tudo aconteceu igual no sonho? Hoje tem um esposo amoroso, uma família linda, uma vida mais que tranquila, alcançou muito sucesso em tudo o que faz!
Claro que nunca esqueceu suas irmãs, elas vivem bem perto dela no Rio. Também se casaram, tem família e são muito felizes.
Luluz, hoje, já bem velhinha, guarda suas lembranças tristes e felizes e agradece sempre a Deus por ter conseguido vencer as dificuldades.
Sua vida virou história para seus netos, que a escutam com os olhinhos arregalados até dormir.

quarta-feira, 26 de junho de 2019


Faremos  um desfile com 200 modelos, e 20 lojistas. Será no Ibirapuera   final de Setembro  no máximo até  o dia 10  outubro,venha se  juntar a nós.

domingo, 12 de maio de 2019


Mãe
Es mulher,

Guardas em teu casulo

A mais bela criação

Funde nossa existência

Com o dom da procriação.


Uma estrada em nosso chão

Um elo existencial

Do oceano uterino

O sangue  da criação


Substantivo mais que perfeito

Nossa sintonia


És mãe, és mulher

Da vida pura filosofia


Dora Dimolitsas

quarta-feira, 17 de abril de 2019







Através de glifos e códices,
Os povos foram evoluindo
No trato com a vida,
Com a morte, e a cultura,

Fazendo imagens, pintura,
E as contas dos dias, foram
Estabelecendo pontes,
Mostrando toda capacidade criadora.

Alimentando, e criando
A história na memória de um povo,
Deixando legados para todas as gerações,
Dando a História, vida real.

Doroty B J Dimolitsas


segunda-feira, 1 de abril de 2019

Desfile da Revista Paulistana, Club Esperia dia 31 de março de 2019


 Desfile da Revista Paulistana, Club Esperia dia 31 de março de 2019 publico esperando, ficou lotado

Istituto de Cinema, Miclelina Atriz internacional

premio com o Conde Thiago de menezes, e alguns amigos.r legenda





Documentario Decada perdida.









segunda-feira, 25 de março de 2019










Borboletas, Sua silhueta, 

Revela amor, beleza, e leveza

Vive em busca da luz


Reflexo de quando vivias em casulo

Muito tempo calado.

O mundo voando vais abraçar.


Muitas flores vais visitar 

Peletizando todo pomar.

Em cada flor uma gota de amor.


Borboleta você foi escolhida

Eu vou te contar ,

Por sua cor encantar


Es todinha azul

Como um pedaço do Céu

Ou será uma aquarela


Que na janela pousou

Fazendo meu coração pulsar.

Voa Borboleta, vai ao mundo enfeitar.


Dora Dimolitsas.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Falar sobre os meus 70 anos.

Estar na faixa dos 70 anos, no meu caso é um troféu.
Aprendi que na minha idade absolutamente tudo ainda é possível, apos trabalhar durante 32 anos no serviço publico concursada da saúde, aposentei, como achei que minha dinâmica de vida não me permitia ficar parada, montei um negócio, que infelizmente não pode continua por questões de saúde em familiar.

E foi ai que parti para voltar as salas de aula, resolvi fazer cursos de literatura,e de Produção Cultural, onde ganhei o posto de Diretora do Projeto Poemas á Flor da Pele, com representação em vários estados brasileiros, e representante do projeto internacional Proyecto Cultural Sul.

Através destes projetos, realizei grandes eventos, com projeções nacionais, e internacionais.

Projetando músicos, poetas, escritores, dançarinos, lançando livros, artes plásticas, criando elos entre todos, criando assim um elo de artes fortalecido pelo apoio maciço do Jornal Sem Fronteiras, e as diretorias destes projetos o qual administrei em São Paulo desde 2006 até 2015 quando resolvi por força de ,como já falei, saúde em familiar, precisei me afastar, achando que assim ficaria em casa tranquila, mais a formiguinha que me move, me levou a novas possibilidades, em 2011 já por força do trabalho com produção Cultural achei por bem-fazer o curso de Atriz, assim aprenderia a ter mais dinamismo em minha linguagem, pois por ter uma deficiência auditiva, tenho um pouco de dificuldade na linguagem.

Porem como uma coisa leva outra, fui procurar fazer um curso de Jornalismo, critica, do audiovisual, história das Culturas, e agora já com 72 faltando um mês para fazer 73 anos decidi fazer Cinema, e consequentemente, o curso de modelo.

O Curso de Modelo fiz na escola Katia Dember, os outros cursos, aproveitando e abusando de minha faixa de idade, aproveitei e entrei nos cursos da faculdade da terceira idade da USP. Sou membro de umas 10 Academias de Letras.
Escrevi 3 livros solos, e participação em 600 antologias, escrevi 2 peças de teatro, dois roteiros para um longa, e um documentário.

Com ajuda de Deus tive todo reconhecimento que qualquer escritor, ou profissional deseja, ou sonhou. Medalhas, Troféus, Certificados. Enfim, contando um pouco mais de 100 prêmios.

Uma de minhas peças a Dama de Vermelho por Intenção acabou de ganhar agora em dezembro o prêmio de melhor peça de teatro internacional na Itália. Concorrendo com outros participantes internacionais.

Falo destes valores e reconhecimento, não para minha exaltação, mais para dizer que, mesmo com 72 anos ainda estou atuante,é por este motivo que ainda com esta idade sou modelo de Fotógrafos internacionais.

acabei sendo a 2º vice diretora da Associal de Jornalistas e escritoras de São Paulo.
Dai você diz nossa é muita coisa, não é não.

Tudo que faço eu organizo de tal maneira que na minha agenda sobra até tempo para eu cuidar de meu esposo, meu filho, e de minha própria pessoa.

Sou muito vaidosa,e dedicada a família, embora gosto muito de realizações, tenho como base minha família, considero que não adianta nada conquistar tantas coisas que gosto, se não conciliar com minha família que no meu caso, é totalmente a minha base.
E por isto que te digo ter 72 anos no meu caso é um troféu.

Doroty B J Dimolitsas

Dora Dimolitsa72 anos mora em São Paulo
Jornalista ,Escritora, Poeta
Atriz com DRT, com 3 livros solos, e participação em 600 antologias.
Crítica do Audiovisual, e estudiosa de histórias do mundo
2 Roteiros de Filmes, e duas peças de teatro. Uma delas premiada na
Itália.