segunda-feira, 20 de março de 2017













Não te ouço ó mundo
De pontes e casas destruídas,

Muralhas inventadas 

De sangue e veia sem sutura. 

Nos cânticos a ausência de harpas
Das feras que lambem os ossos 


O mundo coagula vidas,
No vermelho da espada de corte


Dora Dimolitsas


domingo, 19 de março de 2017





Relógio do tempo
Esqueleto de Zeus,
Hora cinza.

Badaladas ao avesso
Sombras vadias
Barreiras rompidas,

Arrebatamento das mascaras
Euro, transfusão desajustada.

Dora Dimolitsas

sábado, 18 de março de 2017



São Paulo à noite

São Paulo á noite nas ruas
Parece nua, com suas cores, suas luzes piscando
Todas no mesmo ritmo, como um grande coração.

.
Nos bares a vida pulsa

As caras encaram no peito a noite.

Aqui, acolá, uma pessoa passa cantando

Falando, sorrindo, olhando pra longe,
A procura da existência no vazio,



O vento bate no rosto
Cochicha palavras inexplicáveis.

Que nos fala ao ouvido, baixinho.

R-e-f-l-e-x-ão

A noite em São Paulo é mágica
Ando na Avenida Paulista
Preocupada, pensativa, mas feliz,
Bebendo a brisa que passa


Abraço a noite que fala...
São Paulo, quando viajo penso em você,

Como estás? Já fiz tudo
Para me afastar de suas lembranças?


Lamento dizer, mas você está impregnado
Em mim, assim como estou em você.
Somos ligados não sei por quê acordo
No Céu, mas sei que são laços eternos.


Por isso já aprendi a amá-lo
Na incerteza das suas lembranças, mesmo de longe,



Dora Dimolitsas