sábado, 15 de dezembro de 2012


Na fiação dos caracóis
A janela dos neurônios
Percorre labirintos, e poeiras espaciais.

São nuances metafóricos
Do conhecimento fragmentado.
Caminhos de luz percorrendo jornadas.
Dora Dimolitsas

terça-feira, 11 de dezembro de 2012



Cultura

Poeta Décio Pignatari morre aos 85 anos, em São PauloPortal TerraJornal do BrasilO poeta Décio Pignatari morreu de insuficiência respiratória neste domingo (2), aos 85 anos, em São Paulo. Ele, que também sofria de Mal de Alzheimer, estava internado desde a última sexta-feira (30), no Hospital Universitário da capital paulista, e morreu por volta das 9h, segundo confirmou o hospital.


Décio nasceu em Jundiaí, cidade do interior de São Paulo, em 1927, e teve suas primeiras poesias publicadas em revistas no ano de 1949. Seu livro de estreia, Carrossel, foi lançado em 1950.

Haroldo de Campos, Décio Pignatari (centro) e Augusto de Campos (à dir.), nos anos 50
Haroldo de Campos, Décio Pignatari (centro) e Augusto de Campos (à dir.), nos anos 50
Desde os anos 1950, Décio realizava experiências com a linguagem poética, incorporando recursos visuais e a fragmentação das palavras, o que culminou no Concretismo, movimento estético que fundou junto com Augusto e Haroldo de Campos. Juntos eles também editaram as revistas Noigandres e Invenção, e publicaram a Teoria da Poesia Concreta (1965).
Como teórico da comunicação, ajudou a fundar a Associação Brasileira de Semiótica, nos anos 1970, traduziu obras de Marshall McLuhan, publicou o ensaio Informação, Linguagem e Comunicação (1968) e traduções de Dante Alighieri, Goethe e Shakespeare, entre outros, reunidas em Retrato do Amor quando Jovem (1990) e 231 poemas.
Publicou também o volume de contos O Rosto da Memória (1988) e o romance Panteros (1992), além de uma obra para o teatro, Céu de Lona.
Ainda de acordo com informações do hospital, a família não vai realizar velório e o enterro está marcado para esta segunda-feira (3), às 12h, no cemitério do Morumbi, em São Paulo.
Haroldo de Campos, Décio Pignatari (centro) e Augusto de Campos (à dir.), nos anos 50,





Foto: Andre Vallias: O jornal não quis publicar. Divulguemos nas redes sociais:

"Décio era um extraordinário poeta e pensador.
O maior poeta-inventor da minha geração, e um dos maiores da literatura de língua portuguesa de todos os tempos. Radical adversário da “geléia geral”, nunca recebeu prêmio algum por seu trabalho.
Incomodava universidades e academias.
Apesar de amplamente reconhecido como um dos fundadores da poesia concreta, era muito mais do que isso e morre — Oswald da minha geração — incompreendido e injustiçado como este.

Não me convence o pós-blablablá de inimigos e pós-amigos de
última hora que sempre hostilizaram a poesia de ponta e agora põem a cabeça de fora. Lembro do que Maiakóvski escreveu sobre Khliébnikov.
Onde estava essa gente enquanto ele vivia?
O Brasil das sobras nem imagina o que perdeu.
O filtro do tempo vai ensinar."

Augusto de Campos, 2.12.2012



Andre Vallias: O jornal não quis publicar. Divulguemos nas redes sociais:

"Décio era um extraordinário poeta e pensador.
O maior poeta-inventor da minha geração, e um dos maiores da literatura de língua portuguesa de todos os tempos. Radic

al adversário da “geléia geral”, nunca recebeu prêmio algum por seu trabalho.
Incomodava universidades e academias.
Apesar de amplamente reconhecido como um dos fundadores da poesia concreta, era muito mais do que isso e morre — Oswald da minha geração — incompreendido e injustiçado como este.

Não me convence o pós-blablablá de inimigos e pós-amigos de
última hora que sempre hostilizaram a poesia de ponta e agora põem a cabeça de fora. Lembro do que Maiakóvski escreveu sobre Khliébnikov.
Onde estava essa gente enquanto ele vivia?
O Brasil das sobras nem imagina o que perdeu.
O filtro do tempo vai ensinar."

Augusto de Campos, 2.12.2012

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


Os três ícone da poesia brasileira, da esquerda para a direita,Claudio Willer, Claudio Daniel, e Frederico Barbosa.Um momento histórico conseguir reunir os três em uma única foto.
Eu Dora Dimolitsas e a Celia Abila.



É exaltando os bons exemplos, que percebemos  o quanto temos aqui no Brasil,grandes  cérebros,
só precisamos conhecê-los.




Frederico Barbosa   formado em Letras, na Universidade de São Paulo, em 1985. Na época, já publicara poemas em revistas como Polímica, Corpo Extranho, Através, Brica-Brac, Exu. Professor de Português e resenhista literário, em 1986 teve poemas publicados na revista Dactylus, da Universidade do Texas. Seu primeiro livro, Rarefato, saiu em 1990; seguiu-se Nada Feito Nada (1993), com o qual ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia de 1994. Em 1997 teve dois poemas incluídos na antologia bilíngüe Nothing the Sun Could Not Explain, organizada por Michael Palmer, Régis Bonvicino e Nelson Ascher. Sua obra mais recente é Contracorrente (2000). Herdeiro do concretismo dos irmãos Campos e do rigor formal de João Cabral de Melo Neto, Frederico Barbosa é considerado por Antonio Candido "capaz de reinventar, dentro de parâmetros que deixam para trás muitas convenções e lhe permitem fazer algo novo", o que o tornaria um dos poetas mais importantes de sua geração.


Também é Diretor da Casa das Rosas,na verdade a Casa das Rosas foi organizada, reformada, e transformada em Casa de estudos,e Biblioteca,  onde os cursos são mensais,  temos  grandes referencias ministrando cursos variados, possibilitando aos mais diversos  poetas, a ampliar seus conhecimentos, e mostrar seus trabalhos, seja lançamentos de livros, seja artes plástica, teatro ,musica enfim Frederico tem ampliado seu trabalho,na luta pela qualidade literária, o Estado de São Paulo tem Orgulho deste poeta.



 Claudio Daniel

 
Claudio Daniel, poeta, tradutor e ensaísta, nasceu em São Paulo (SP), em 1962. Publicou os livros de poesia Sutra (edição do autor, 1992), Yumê (Ciência do Acidente, 1999) e A sombra do leopardo (Azougue Editorial, 2001), este último vencedor do prêmio Redescoberta da Literatura Brasileira, oferecido pela revista CULT.
Traduziu, em parceria com Luiz Roberto Guedes, poemas do cubano José Kozer, reunidos em três antologias: Geometria da água (Fundação Memorial da América Latina, 2000), Rupestres (Tigre do Espelho, 2001) e Madame Chu & Outros Poemas (Travessa dos Editores, 2003). O autor publicou também Estação da Fábula, com traduções do uruguaio Eduardo Milán (Fundação Memorial da América Latina, 2002), Prosa do que Está na Esfera (Olavobrás, 2003), com traduções do dominicano Leon Felix Batista, feitas em parceria com Fabiano Calixto, e a antologia Na Virada do Século, Poesia de Invenção no Brasil (Landy, 2002), este último em co-autoria com Frederico Barbosa.
O poeta prepara três livros, Romanceiro de Dona Virgo, volume de contos, Figuras Metálicas, antologia de sua obra poética, e Jardim de Camaleões — A Poesia Neobarroca na América Latina. No exterior, participou das antologias Cities of Chance: an Anthology of New Poetry From the United States and Brasil (Rattapallax Press, New York, 2003), organizada por Flávia Rocha e Edwin Torres, Pindorama, 30 Poetas de Brasil (revista Tsé Tsé n. 7/8, Buenos Aires, 2001), com seleção e tradução de Reynaldo Jiménez, e Cetrería, Once Poetas Brasileños (Casa de Letras, Havana, 2003), organizada e traduzida por Ricardo Alberto Pérez.
Claudio Daniel é co-editor da revista eletrônica de poesia e debates Zunái (http://www.officinadopensamento.com.br/zunai), junto com Rodrigo de Souza Leão. Sua página pessoal na Internet é http://www.claudaniel.hpg.ig.com.br. O autor escreve diariamente no blog Cantar a Pele de Lontra, que pode ser acessada no endereço http://peledelontra.blig.ig.com.br. Claudio Daniel atua na área editorial e jornalística e reside em São Paulo com sua mulher, Regina, e o filho, Iúri.
 

Claudio Willer
É  poeta, ensaísta e tradutor. Livros publicados; poesia, prosa, ensaios e principais traduções:
·                      Anotações para um Apocalipse, Massao Ohno Editor, 1964, poesia e manifesto;
·                      Dias Circulares, Massao Ohno Editor, 1976, poesia e manifesto;
·                      Os Cantos de Maldoror, de Lautréamont, 1ª edição Editora Vertente, 1970, 2ª edição Max Limonad, 1986, tradução e prefácio;
·                      Jardins da Provocação, Massao Ohno/Roswitha Kempf Editores, 1981, poesia e ensaio;
·                      Escritos de Antonin Artaud, L&PM Editores, 1983 e sucessivas reedições, seleção, tradução, prefácio e notas;
·                      Uivo, Kaddish e outros poemas de Allen Ginsberg, L&PM Editores, 1984 e sucessivas reedições, seleção, tradução, prefácio e notas; nova edição, revista e ampliada, em 1999; edição de bolso, reduzida, em 2000; nova edição, 2005;
·                      Crônicas da Comuna, coletânea sobre a Comuna de Paris, textos de Victor Hugo, Flaubert, Jules Vallés, Verlaine, Zola e outros, Editora Ensaio, 1992, tradução;
·                      Volta, narrativa em prosa, Iluminuras, 1996, segunda edição, 2002; terceira edição, 2004;
·                      Lautréamont - Obra Completa - Os Cantos de Maldoror, Poesias e Cartas, edição prefaciada e comentada, Iluminuras, 1997; segunda edição em 2005;
·                      Estranhas Experiências, poesia, Editora Lamparina, Rio de Janeiro, 2004.
Como mostram esses títulos, seus vínculos são com a criação literária mais rebelde e transgressiva, incluindo aquela ligada ao surrealismo e à geração beat.
Prepara-se para publicar ensaios, Surrealismo, Poesia e Poética, em uma coletânea da Editora Perspectiva, prevista para sair em 2007, e seu primeiro livro de poesias no exterior, Poemas para leer en voz alta, Editorial Andrômeda, San José, Costa Rica.
Em antologias e publicações coletivas, entre outras, Alma Beat, L&PM Editores, 1985; Folhetim - Poemas Traduzidos, org. Nelson Ascher e Matinas Suzuki, ed. Folha de São Paulo, 1987, com uma tradução de Octavio Paz; Artes e Ofícios da Poesia, org. Augusto Massi, ed. Artes e Ofícios - Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, 1991; Sincretismo - A Poesia da Geração 60, org. Pedro Lyra, Topbooks, 1995; Antologia Poética da Geração 60, org. Álvaro Alves de Faria e Carlos Felipe Moisés, Editorial Nankin, 2.000; 100 anos de poesia brasileira – Um panorama da poesia brasileira no século XX, Claufe Rodrigues e Alexandra Maia, organizadores, O Verso Edições, Rio de Janeiro, 2001; Azougue 10 anos, depoimentos e poemas publicados na revista Azougue, org. Sergio Cohn, Azougue Editorial, Rio de Janeiro, 2004; Paixão por São Paulo – Antologia poética paulistana, Luiz Roberto Guedes, organizador, Editora Terceiro Nome, São Paulo, 2004.
Traduzido e publicado no exterior, entre outros lugares, em Modernismo Brasileiro und die Brasilianische Lyrik der Gegenwart, antologia da poesia brasileira por Curt Meyer-Clason, Druckhaus Galrev, Berlim, 1997; Narradores y Poetas de Brasil, coletânea de Floriano Martins, revista Blanco Móvil, primavera de 1998, México, DF; Brasil 2000, Antologia de Poesia Contemporânea Brasileira, org. Álvaro Alves de Faria, ed. Alma Azul e Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Coimbra, Portugal, 2000; Alforja XIX – Revista de Poesía, México DF, fevereiro de 2002, edição dedicada à poesia brasileira; Un nuevo continente – Antologia Del Surrealismo en la Poesía de Nuestra América, antologia de poesia surrealista latino-americana, organização de Floriano Martins, Ediciones Andrômeda, San José, Costa Rica, 2004; Poesia 141, Carabobo, Venezuela, Vol. XXV, nº 5, Maio-Julho de 2005: Poesía Brasileña, seleção de Floriano Martins, tradução de Carlos Osório.
Poemas e depoimentos também em revistas literárias: Poesia Sempre, Azougue, Alguma Poesia, Anto (Portugal), Continente Sul-Sur, Orion, etc.
Bibliografia crítica formada por ensaios, resenhas, reportagens e citação em obras de consulta e de história da literatura brasileira, como as de Afrânio Coutinho, Alfredo Bosi, José Paulo Paes, Luciana Stegagno-Picchio.
Dezenas de prefácios e posfácios de outros autores, inclusive ensaio publicado como posfácio de Um estrangeiro na legião, volume I das Obras Reunidas de Roberto Piva, editora Globo, São Paulo, 2005.
Como crítico e ensaísta, colaborou em suplementos e publicações culturais: Jornal da Tarde, Jornal do Brasil, revista Isto É, jornal Leia, Folha de São Paulo, revista Cult, Correio Braziliense, etc, e imprensa alternativa: Versus, revista Singular e Plural e outros.
Co-editor da revista eletrônica Agulha, www.revista.agulha.nom.br.
Filmografia e videografia, com destaque para Uma outra cidade, documentário de Ugo Giorgetti com os poetas Antonio Fernando de Franceschi, Rodrigo de Haro, Roberto Piva, Jorge Mautner, Claudio Willer, exibido na TV Cultura, São Paulo e na Rede Pública de TV, disponível em vídeo, produção SP Filmes e TV Cultura de São Paulo. Também Inventário da Rapina, média-metragem (50´) em 35 mm. de Aloysio Raulino, poemas de Jardins da Provocação sobre cenas da cidade de São Paulo, 1984, exibido em cineclubes e mostras; Antes que eu me esqueça, média-metragem em super-8, 36´, de Jairo Ferreira documentando leitura de poesia, 1977; Filmedemência, de 1985, longa-metragem dirigido por Carlos Reichembach, participação representando a si mesmo.
Dezenas de participações em congressos, seminários, ciclos de palestras, apresentações públicas de autores, oficinas, etc, no Brasil e no exterior.
Depois de ocupar outros cargos e funções em administração cultural, atuou como assessor e coordenador da Formação Cultural na Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, responsável por cursos, oficinas literárias, ciclos de palestras e debates, leituras de poesia, de 1994 a 2001.
Foi presidente da União Brasileira de Escritores, UBE, em quatro mandatos, de 1988 a 1992 e de 2000 a 2004; também secretário geral da UBE em outros dois mandatos, de 1982 a 1986, conselheiro e presidente do conselho da entidade de 1994 a 2000 e novamente conselheiro de 2004 em diante.
Formação acadêmica como sociólogo (Escola de Sociologia e Política) e psicólogo (Instituto de Psicologia – USP). Termina tese de doutorado em Letras Comparadas, DLCV-FFLCH-USP, com o título Um Obscuro Encanto: Gnose, Gnosticismo e a Poesia Moderna.